
Definir o melhor preço para ofertas de tabloides, sejam físicos ou digitais, pode ser um desafio em supermercados. Qual é o melhor valor aplicável sem abrir mão de parte significativa da margem de lucro e, ainda assim, oferecer uma promoção atrativa? A precificação apoiada no conceito de elasticidade-preço ajuda a sanar essa e outras dúvidas de inteligência comercial.
Essa tarefa é ainda mais extensa, em uma rotina sob pressão dos prazos para impressão, quando o supermercado produz diversos tipos de tabloides. Ofertas semanais, específicas para determinados tipos de produtos, enfim, trata-se de uma atividade importante na rotina do setor supermercadista.
O que é elasticidade-preço?
Elasticidade-preço é o conceito usado para avaliar se variações no valor de produtos impactam de maneira significativa na demanda. Em linha gerais, ao aplicá-lo, é possível identificar se a diminuição no preço eleva a venda a ponto de fazer a receita crescer. Ou então, se a queda no preço não impacta na demanda pelo produto, ou seja, o patamar de vendas permanece inalterado mesmo com uma margem mais elevada.
Na prática, é possível descobrir, por exemplo, que a demanda por uma bolacha de marca específica tem variação de demanda irrelevante vendida a R$ 3,00 ou a R$ 3,20. Neste caso, o estabelecimento perderia R$ 0,20 a cada venda. Portanto, análises de elasticidade-preço aplicadas a milhares de SKU’s têm o potencial de, em última instância, gerar impacto positivo no faturamento.
Produtos de necessidade básica, como arroz e feijão, são praticamente inelásticos – variações no valor não geram impacto relevante nas vendas. Diferentemente de cervejas, que registram significativa alteração na demanda a depender da precificação. Cada SKU precisa ser analisado individualmente para entendimento sobre a elasticidade.
Precificação de tabloides de ofertas
Imagine ter à disposição, na elaboração de cada tabloide de ofertas, um indicativo com o melhor preço a ser aplicado levando em conta o potencial de receita? Trabalhar com os dados de elasticidade-preço significa isso.
Para chegar à recomendação de valor, a equipe de análise de dados considera o desempenho de venda de cada SKU versus o preço aplicado naquele momento. Assim, é possível identificar se há elasticidade para ser levada em conta na precificação das ofertas.
Como identificar a elasticidade-preço?
O desafio da elasticidade-preço é obtê-la com precisão, principalmente, em negócios com alto fluxo de compra e venda. Nesses casos, a quantidade de informação gerada diariamente – acumulada em bancos de dados – exige especialização para interpretá-la sem risco de conclusões equivocadas. É neste ponto que entram as análise em big data.
Todos os supermercados geram e armazenam, diariamente, uma grande quantidade de dados. São as informações, por exemplo, registradas no Sistema Integrado de Gestão Empresarial (ERP, na sigla em inglês) a cada compra.
Ao aplicar técnicas de análise de dados nesse montante de informações, é possível compreender se e como a mudança no valor de preços de produtos específicos tem efeito na sua saída. Para isso, é necessário analisar anos – literalmente – de vendas. Quanto maior o período avaliado, mais confiáveis são os indicativos obtidos.
Voltando ao tabloide de supermercado, uma das questões mais rotineiras é: por quanto ofertar determinado produto? Essa decisão pode ser tomada com o apoio de inteligência de dados, neste caso, da identificação da elasticidade-preço de demanda dos SKU’s.